13 de fevereiro de 2008

De buzu ou não? Eis a questão!

A paixão dos brasileiros pelo futebol não é nenhuma novidade. Mas essa paixão pode representar risco de morte quando o assunto é ir de ônibus ao estádio. O que deveria ser simples – sair de casa, pegar um ônibus e chegar ao local do jogo – tem se transformado numa "aventura" desagradável. Os sacrifícios já começam na ida: ônibus superlotados, torcedores entrando pelas janelas, subindo no teto e transformando o coletivo em uma baderna. Essa é a descrição de uma cena comum em dia de jogo do Bahia ou do Vitória na capital baiana.

Os passageiros que precisam do transporte, e não estão, necessariamente, se deslocando para os estádios, sofrem com o desrespeito de uma grande parte dos torcedores. Para cobradores e motoristas, a situação costuma ser bem difícil . "O comportamento de muitos torcedores é dos piores possíveis. Muitos palavrões, desrespeito ao motorista e palavrões dirigidos a qualquer torcedor adversário que passe por eles são comuns", conta Ozias Macedo, Torcedor do Bahia.

A violência também é uma reclamação constante entre rodoviários e usuários das linhas. Adilson Alves, motorista da empresa São Cristóvão, diz que sente muito em "não poder fazer nada para evitar problemas, apenas levar o ônibus até o destino. Se eu reclamar, sou ameaçado e não posso perder a atenção do volante".

Para Frede de Carvalho Cunha, vice-presidente da Leões da Fiel, torcida organizada do Esporte Clube Vitória, a quantidade de ônibus não é suficiente para o número de pessoas nos dias de jogos. No caso do estádio Manoel Barradas (Barradão), "só existem duas linhas que possibilite a saída do estádio: via Paralela ou Estação Pirajá". Segundo ele, quando se trata de BA-VI, no Barradão, fica ainda mais perigoso, devido à quantidade de torcedores do Vitória ser desproporcional à do Bahia, o que gera mais brigas entre as torcidas. "Mas, para quem não tem carro, como eu, não tem outro jeito: é preciso correr os riscos", conclui.

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